sábado, 23 de julho de 2011

Volta Redonda

Está tramitando no Congresso Nacional um projeto que - se virar lei - deve alterar o Código Nacional de Trânsito e também a rotina de muitos condutores: o projeto sugerido pelo deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) prevê a obrigatoriedade a gravação da placa do carro nos vidros dianteiro e traseiro dos carros na hora do primeiro emplacamento de uma forma que não possam ser apagados.


A ideia do parlamentar é dificultar a adulteração ou a clonagem das placas - já que, segundo ele, mesmo com placa adulterada as autoridades poderão identificar a origem do automóvel pelos vidros. Mesmo ainda não tendo sido aprovado pela Câmara dos Deputados, a iniciativa tem provocado polêmica entre autoridades policiais e a população no Sul Fluminense.
Para o delegado adjunto da 93ª Delegacia da Polícia Civil (Volta Redonda), Márcio Leandro Figueroa, a medida seria bem vinda, pois ajudaria na investigação em casos de roubos de veículos.
- Toda medida que venha a contribuir com a inibição e punição dos crimes é válida. Afinal, o uso de veículos roubados é algo que não se pode ignorar e que deve ser efetivamente combatido - analisou.
Quanto à aplicabilidade da lei - caso seja aprovada-, o delegado afirma que deve ser feita uma regulamentação com cautela, pois, caso contrário, sua aplicação não terá a intenção desejada.
- Não adianta impor uma regulamentação se não impetrarem uma multa pesada para que todos venham cumpri-la, mas, independente disso, acredito que será uma medida importante para inibir a criminalidade - pontuou.
Opinião parecida tem o major Alexandre Silva Pimenta, comandante eventual do 28ºBPM de Volta Redonda. Para ele, a criação da lei poderá inibir o crime de roubo e desmanche de veículos.
- Ter a placa dos automóveis nos vidros ajudará na identificação de um carro roubado. A troca de placa é rápida, mas a troca de vidros é bem mais demorada. Em relação ao crime de desmanche, será mais uma maneira de facilitar a investigação - analisou.
Em relação aos crimes rápidos (onde os bandidos se utilizam dos veículos para efetuá-los), o major pontuou que a lei talvez não seja ainda a medida ideal.
- Para sequestros, roubos a estabelecimentos comerciais e transporte de carga ilegal por curtos trajetos a identificação da placa nos vidros não vai fazer muita diferença, mas claro que a Polícia Militar será a favor de toda e qualquer medida que contribua com a segurança da população - disse.
Quanto aos custos da possível lei, o major declarou que a legislação deveria embutir às montadoras o dever de timbrar os vidros.
- Logicamente é um custo que chegará ao bolso da população de qualquer maneira, mas se avaliarmos o custo-benefício a medida é mais benéfica que onerosa - finalizou.

Motoristas se queixam da proposta

Quem não gostou da possibilidade de aprovação da lei foi o editor de vídeos Antônio Eustáquio Luciano. Ele afirmou que esta será mais uma medida para que a população gaste mais dinheiro.
- Eu sou contra, pois o povo é quem vai arcar com os custos deste timbre das placas nos vidros. Em carro novo pode até ser que já saia assim da fábrica, mas e os que estão circulando? É claro que o custo ficará com o dono do carro. Se o governo inventar isso, que invente também a maneira de não gerar prejuízo ao cidadão - opinou o morador do Volta Grande, em Volta Redonda.
A estudante Joiva Egalon também disse discordar da medida, pois, segundo ela, será mais uma medida que trará prejuízos ao cidadão sem punir os criminosos.
- O motorista já tem custos suficientes e até exagerados, e este será mais um. Não concordo com a medida em hipóteses nenhuma, esta será mais uma lei que o governo irá criar em meio ao monte que já existe e que não resolve a questão da criminalidade, e apenas prejudica a toda a população. Deveriam aumentar a investigação e contratar mais policias capazes de acabar com os roubos, e não punir os motoristas - disse ela.

Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/0,43679,Populacao-e-autoridades-divergem-sobre-%E2%80%98colocacao%E2%80%99-de-placas-em-vidros-de-carros.html#ixzz1SyZLBJY2

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