(MA) está sem transporte coletivo desde as 18h deste sábado (4). A 
medida foi tomada pelo sindicato após serem registrados ataques a ônibus
 na noite da sexta-feira (3). Ao menos quatro foram atingidos, três 
incendiados e um parcialmente atingido pelo fogo.
 Apesar de o secretário da Segurança Pública do Maranhão, Aluísio 
Mendes, ter anunciado a realização de uma reunião à tarde, o secretário 
administrativo do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário 
do Estado do Maranhão (Sttrema), Isaías Castelo Branco, diz que não foi 
informado sobre nenhum encontro e que a decisão de tirar os veículos de 
circulação foi mantida.
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“A retirada está mantida. Estamos com medo, assim como toda a 
população. Se ele marcou reunião, esqueceu de notificar o sindicato”, 
afirma Isaías.
 O secretário diz que a reunião aconteceu no Comando Geral da Polícia 
Militar, no bairro do Calhau, às 16h30, mas que os representantes do 
Sttrema não compareceram. "Eles não compareceram à reunião, mas foram 
chamados. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) esteve
 presente, assim como o Sindicato das Empresas de Transporte (SET), mas,
 infelizmente, os danos à população não puderam ser evitados por conta 
da ausência dos rodoviários", afirma.
 Segundo ele, a Justiça será acionada para que o sindicato mantenha 80% da frota nas ruas.
  Ônibus incendiado no bairro João Paulo (Foto: De Jesus/O Estado)
Ônibus incendiado no bairro João Paulo (Foto: De Jesus/O Estado) 
A diretoria do sindicato decidiu que os ônibus não vão circular após as
 18h, em São Luís, no sábado e também no domingo (5). Na segunda-feira 
(6), o transporte coletivo circulará apenas até as 19h.
 "Na terça-feira faremos uma avaliação, sentaremos com os empresários 
para definir como será nos dias seguintes. A partir desses horários, não
 terá mais nenhum ônibus circulando em São Luís. Todos os diretores de 
bases e líderes serão comunicados da decisão. Nos dividimos em quatro 
equipes para que todos sejam comunicados. Decidimos pela retirada dos 
ônibus das ruas por conta dos últimos acontecimentos, inclusive no mês 
de novembro, de outubro", afirma o assessor jurídico do sindicato, José 
Rodrigues.
 Segundo o sindicato, a frota circulante de São Luís durante os sábados é
 de 60% em relação aos dias normais. Aos domingos e feriados, o 
percentual de redução chega a 50%.
 
Noite de terror
 De acordo com a Polícia Militar do 
Maranhão,
 além dos quatro ônibus alvo de ação criminosa - no João Paulo, em 
frente ao Colégio Batista, na Vila Sarney Filho (São José de Ribamar), 
na Ilhinha, na Avenida Ferreira Gullar e no Jardim América -, a 9ª 
Delegacia de Polícia, no bairro do São Francisco, também foi alvejada. 
Um carro da corporação foi atingido.
 Sete suspeitos de participar dos ataques foram detidos. Ainda na noite 
de sexta, três suspeitos foram presos pelo ataque à delegacia. Na tarde 
deste sábado, quatro adolescentes, que, segundo a polícia, confessaram o
 ataque a um ônibus no bairro da Ilhinha, também foram detidos.
 Cinco pessoas ficaram feridas com queimaduras durante um dos ataques. 
Uma menina de 6 anos teve 90% do corpo queimado, de acordo com 
informações do Hospital Municipal Clementino Moura, o Socorrão II, onde 
está internada na UTI. Um homem de 35 anos também ficou com mais de 80% 
do corpo queimado.
 Durante a tarde, após uma reunião da cúpula da segurança no Estado, o 
secretário divulgou que o efetivo de todas as polícias que atuam na 
capital será reforçado. Além das polícias Militar e Civil, haverá 
reforço no contingente que atua em São Luís de homens do Grupo Tático 
Aéreo (GTA) e Corpo de Bombeiros. Os alunos da Polícia Militar que já 
terminaram a formação e estão em fase de estágio operacional também vão 
para as ruas.
 Os ataques foram realizados após uma operação da Tropa de Choque no 
Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde mortes de detentos têm sido 
registradas desde o ano passado.
 O objetivo da operação foi justamente diminuir as mortes no complexo, 
que tem sido foco de tensões entre integrantes de facções e policiais. 
Segundo Aluísio Mendes, os ataques foram ordenados por detentos do 
presídio.