hoje vamos falar de alinhamento e balanciamnto nos veiculos vejam 
Segurança e economia são essenciais quando o assunto é carro. Uma das
 fórmulas para obtê-las pode vir apenas de um serviço, quando bem 
executado: o alinhamento. Ele tem a missão de deixar o volante centrado e
 as rodas paralelas entre si em relação ao centro do carro, de forma que
 a banda de rodagem dos pneus toque o solo de modo uniforme na 
trajetória do veículo.
Isso proporciona economia de combustível e
 evita desgastes excessivos e anormais de três componentes: 
amortecedores, molas e pneus. Os especialistas recomendam conferir o 
alinhamento a cada 10000 km ou no caso de acontecer algum incidente que 
possa causar danos no veículo, como quando o carro encara um buraco mais
 profundo.
Nas rodas dianteiras, a suspensão atual é 
independente. Assim, cada roda acompanha a irregularidade da pista sem 
afetar a outra, mantendo a estabilidade. Todos os veículos possuem 
ajuste para a convergência dianteira, e os ângulos usados variam de 
acordo com os modelos e as montadoras, que os definem pensando no 
desgaste de pneus e na estabilidade. "Na maioria dos carros populares a 
suspensão é McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Neles 
só é possível fazer o alinhamento de convergência no eixo dianteiro. 
Apenas quando há qualquer outro parâmetro diferente do nominal, seja na 
dianteira, seja na traseira, é necessário fazer alinhamento técnico, ou 
seja, ‘deformar’ algum componente", diz o engenheiro mecânico Felipe 
Marchesin, colaborador do Centro de Engenharia Automotiva da Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo e Coordenador de Engenharia da 
JL Racing Products. Para ajustes técnicos, usam-se recursos como calços,
 parafusos especiais e desempenadores.
Para que um serviço de 
alinhamento tenha qualidade, o carro precisa estar em boas condições 
mecânicas. "O mais frequente é a necessidade de trocar peças e 
componentes a fim de restabelecer os valores dos ângulos originais do 
alinhamento. É importante mostrar antes os problemas para que o cliente 
não ache que está sendo enganado. Se ele não aceita essas indicações, 
nem fazemos o serviço por questões de segurança", diz Ricardo Lima, 
gerente de engenharia e serviços do Grupo DPaschoal. Em alguns casos, a 
substituição de peças desgastadas pode, sim, ser necessária para a 
realização do serviço. "Antes de se iniciar o alinhamento de rodas, 
devem ser avaliadas as condições dos pneus e calibragem e todas as peças
 e componentes da suspensão, para verificar se não têm irregularidades 
ou desgaste excessivo", afirma Lima.
Vários fatores influenciam o
 acerto de suspensão e direção, da altura do carro em relação ao solo 
aos componentes que conectam as rodas ao chassi, como bandejas e buchas.
 "Rodas desalinhadas impedem o movimento natural do veículo, causando 
problemas de direção, cansaço no motorista e desgaste prematuro e 
irregular dos pneus", diz Marchesin. Ricardo Dilser, assessor técnico da
 Fiat, diz que, apesar de esse acerto de geometria ser um serviço de 
precisão, são normais diferenças nos ângulos usados, mesmo entre dois 
modelos iguais de veículo. "Numa comparação entre dois carros de 
utilização diária, um pode ter um pneu mais gasto ou folga em buchas ou 
rolamentos que, mesmo em condições de uso e sem comprometer a segurança,
 podem requerer ângulos diferentes no alinhamento. No entanto, para 
serem aceitáveis, essas diferenças devem ser muito pequenas para manter 
as características originais do modelo, previstas pela engenharia no 
desenvolvimento do carro."
Para verificar isso, levamos dois 
populares, de diferentes marcas, para fazer o alinhamento em seis 
oficinas e concessionárias de São Paulo, cidade que oferece milhares de 
buracos e irregularidades em suas ruas. Antes passamos na Quadrelli 
Alinhamento e Balanceamento Especiais, que deixou os volantes 
descentralizados e alterou os ângulos para que fosse possível conferir o
 serviço depois que ele fosse realizado. O resultado surpreendeu. E não 
só pela diferença de preços, que iam de 50 a 140 reais.
Em todos 
os atendimentos, apesar de o resultado ficar dentro da tolerância, os 
valores dos ângulos foram diferentes dos iniciais. Nenhuma calibrou os 
pneus antes de alinhar. Três fizeram o rodízio de pneus, mas apenas uma 
avisou que um deles tinha desgaste anormal. Só um operador andou com o 
carro para testá-lo após o serviço. Uma cobrou por uma cambagem no lado 
esquerdo (desnecessária). E o pior: nenhuma alinhou o volante. Então 
como saber se é mesmo preciso trocar peças e se o serviço foi bem 
executado? A fórmula para decifrar essa questão é seguir o plano de 
manutenção indicada pelo fabricante, conforme quilometragem ou período, e
 ficar atento para sentir se o veículo está sem estabilidade, além 
anomalias como ruídos e vibrações.
É possível verificar quando um
 amortecedor não está em boas condições. A carroceria tem oscilação 
maior que a normal em frenagens e curvas, e o carro tende a escapar da 
trajetória. Ainda se pode checar se há vazamento de fluido entre o eixo e
 o corpo do amortecedor. Os pneus são outra referência. Se têm desgaste 
anormal, rápido ou irregular, indicam problemas de alinhamento.
Para
 acompanhar a inspeção do mecânico e mostrar conhecimento de causa, é 
preciso checar as medições comparando os valores dos ângulos com os 
fornecidos pelo fabricante do veículo. Ao fim do alinhamento, a máquina 
imprime um relatório com os ângulos medidos no carro e os valores 
recomendados pela montadora. Alguns já fornecem a tolerância aceitável. 
Basta conferir para ver o que não bate. Outro aspecto é saber se a 
oficina faz a calibração das máquinas de medição periodicamente e 
verificar, logo após a realização do serviço, se o problema que o 
veículo apresentava foi eliminado.
Fora de linha Para
 Wagner Quadrelli, da Quadrelli Alinhamento e Balaceamento Especiais, 
para evitar distorções por dados incorretos inseridos nas máquinas, o 
melhor é que o operador dirija o carro depois. "Esse é um serviço ligado
 à preservação da vida dos ocupantes do carro. Por isso, o homem ainda é
 fundamental para conferir o acerto do alinhamento." Alberto Trivellato,
 da Suspentécnica, pensa igual. "A sensibilidade é determinante para 
obter o melhor alinhamento, ainda mais no caso de máquinas de 
alinhamento abastecidas com valores que não correspondem ao que o carro 
precisa", diz. Marchesin acredita que essas máquinas são confiáveis, 
porém, como qualquer instrumento de medição, precisam ser constantemente
 verificadas: "Assim como o veículo perde o alinhamento, a máquina de 
alinhar também perde."
Para tirar dúvidas, devem-se fazer 
pequenos testes que podem indicar se o carro está bem alinhado. Ao rodar
 devagar com o veículo em uma rua plana, basta soltar o volante e 
observar se o carro puxa para algum lado. Conferindo se o volante está 
centralizado, pisar gradativamente no freio permite sentir se o carro 
continua em trajetória reta. Caso contrário, esqueça a recomendação dos 
10 000 km e leve o carro para alinhar. Afinal, sua segurança e a dos 
ocupantes do seu carro não têm preço.
ALINHE QUANDO1.Trocar os pneus
2. Os pneus tiverem desgaste excessivo na área lateral superior
3. A banda de rodagem se 
desgastar em forma de escama ou serra
4. Um pneu tiver maior desgaste que outro
5. Houver trepidação das rodas dianteiras 
6. O volante apresentar vibração
7. A direção ficar pesada 
8. Os pneus cantarem em curvas ou
 manobras
9. O carro puxar para o lado quando os freios forem acionados 
10. O veículo puxar para a esquerda
ou para a direita